Disortografia
Conceito e definição de Disortografia
No âmbito da escrita e da leitura, existem muitas perturbações cujas características e denominações muitas vezes se confundem, assim enquanto a disgrafia compreende um problema com o traçado, a forma da letra e a configuração da escrita, provenientes da alteração de factores psicomotores (Vidal, 1989 in Torres & Fernández, 2001), a dislexia implica erros no âmbito da leitura e da escrita, a disortografia pelo contrário compreende erros apenas na escrita, não se verificando esses mesmos erros na leitura (Torres & Fernández,
2001).
Desta forma, tratando-se de uma perturbação específica da escrita, a disortografia pode definir-se como “o conjunto de erros da escrita que afectam a palavra mas não o seu traçado”
(Vidal, 1989, p. 227 in Torres & Fernández, 2001). Em suma, deixa-se de lado a componente grafomotora, realçando-se a aptidão para fazer a passagem entre o código linguístico falado ou escrito para os grafemas ou letras correspondentes. Para isto, são necessárias competências para fazer a associação correcta entre os fonemas (sons) e os grafemas (letras), conhecer e respeitar as regras ortográficas e ter especial atenção a pormenores de algumas palavras dificeis (Torres & Fernández, 2001).
Requisitos para a correcta aprendizagem da escrita e da ortografia
Como se pode perceber todo o sistema envolvido na ortografia é complexo, mobilizando diversas capacidades do indivíduo. Se tivermos em conta que é necessário: primeiro existir a percepção do estímulo sonoro, com adequado reconhecimento e discriminação dos sons dos fonemas; em seguida a repetição do estímulo sonoro e a suspensão do dado sonoro, promovendo a retenção do estímulo; passando pela a análise do estímulo sonoro e passagem para a análise do estímulo gráfico, ou seja, comparação visual acerca da adequação do estímulo sonoro; e por fim localização das semelhanças entre o estímulo sonoro e estímulo gráfico; compreendemos a