Discussão sobre textos
A cultura, entendida como o conjunto de formas de fazer, pensar e sentir de uma pessoa ou de uma sociedade, é uma construção histórica e varia no espaço e no tempo. A língua é, ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. A língua tem o mesmo caráter dinâmico da cultura. As incontáveis possibilidades de uso que qualquer língua oferece à comunidade que a usa são a melhor prova de que ela é um sistema, sim, mas aberto e em construção. Na realidade, a língua apresenta certas regularidades que todo falante deve seguir, sob pena de não criar um enunciado reconhecido como da língua e de não ser compreendido. São exemplos sempre repetidos: você não pode usar o artigo em outro lugar que não seja anteposto ao substantivo a que ele se refere (* Poeta o é famoso); não pode usar uma preposição depois do termo regido (*Nós gostamos muito sorvete de.) . Um exemplo a mais: no português, é obrigatória alguma marca de plural, para fazer a concordância de número. Essa marca pode variar, conforme os usos dos grupos sociais. Um grupo diz: Os meninos doentes choravam sem parar. Outro grupo fala: Os menino (ou minino) doente chorava sem parar (ou pará). Mesmo com sotaques diferentes, que ocorrem tanto na primeira quanto na segunda frase, os dois grupos serão entendidos por todos, uma vez que estão usando o mesmo sistema da língua. Mas, se não houvesse marca alguma de plural, em qualquer das falas, os interlocutores não entenderiam o real significado da frase: o de que eram pelo menos dois meninos doentes e chorando sem parar.
Importante Então, a língua tem regularidades, um sistema a ser seguido. Mas, como é um sistema aberto, a língua oferece inúmeras possibilidades de variação de uso, que criam, junto com o contexto, interações sempre novas e irrepetíveis. As variações da língua são