Resumir a discussão de Roberto Schwarz sobre a relação entre cultura e política exposta no texto “Cultura e política: 1964-1968”.
A discussão de Roberto Schwarz sobre a relação entre cultura e política exposta no texto “Cultura e política: 1964-1968”.
Podemos verificar que Roberto Schwarz trabalha em seu texto “Cultura e Política: 1964-1968” as diretas relações sociológicas com a produção cultural do país, especialmente o tropicalismo e a produção teatral de grupos como o arena e o oficina.
Começa apontando, como anomalia, entre os anos mencionados acima, a manutenção da hegemonia cultural de esquerda num governo autoritário de direita; o que se explica pelo histórico socialista no país: “forte em anti-imperialismo e fraco na propaganda e organização da luta de classes”. Segundo ele, de 50 em diante, influenciado pelo Populismo, o Partido Comunista alimentou a ilusão de que; através do anti-imperialismo e uma busca limitada às reivindicações salariais, de reforma agrária e política externa; teria o apoio da burguesia industrial progressista contra os setores arcaicos, agrários das classes dominantes. Essa característica teria feito com que a ideologia de esquerda se fortalecesse superficialmente. No momento em que; nesse clima, ultrapassando um pouco as limitações demagógicas populistas; os camponeses, operários e outros setores da massa popular começam a se movimentar, a direita cria “o fantasma da socialização” e o golpe militar se dá diante da esquerda impotente. Com ele uma força retrógrada e outra progressiva: a volta à repressão familiar cristã tradicional e o avanço capitalista, integrado aos EUA. Isso somado à clemência dada, em caráter restrito, às manifestações culturais esquerdistas da intelectualidade, já que ela não ameaçava o projeto capitalista dominante; tudo isso junto, os anacronismos, as incongruências, é que alimentariam o movimento tropicalista. Para haver imagem tropicalista, arrisca Roberto, “é essencial que a justaposição de antigo e novo – seja entre conteúdo e técnica, seja no interior do conteúdo – componha um absurdo”, um registro estético