Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens
“DISCURSO SOBRE A ORIGEM E OS FUNDAMENTOS DA DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS”.
I. PARTE: RESUMO
Este resumo refere-se à II parte da obra acima citada, cujo subtítulo é “Discurso sobre a desigualdade” que visa à elucidação do percurso humano em sua inicial condição de ser natural até o momento em que se torna um ser sócio-político e como a ideia de propriedade particular foi um dos aspectos determinantes para o surgimento da desigualdade entre os homens, tal qual a conhecemos hoje. Porém, o filósofo assevera que a “ideia de propriedade não se formou de uma vez só no espírito humano e até chegar-se ao derradeiro limite da natureza, que foi o estabelecimento da sociedade civil por meio da propriedade, foram séculos e séculos de progressos, engenho e luzes” (Parágrafo adaptado, p.203).
Assim, o primeiro sentimento consciente do homem em se seus primórdios foi o de sua existência e a sua primeira preocupação, o de sua conservação. No estado natural dependia apenas de si próprio para sobreviver, pois a relação que mantinha com seus semelhantes era passageira, sem qualquer tipo de vínculo afetivo ou social, resumindo-se sua vida às sensações decorrentes de uma condição animal guiada por seus instintos.
Em decorrência das experiências que teve para manter-se vivo durante os séculos que se estendiam, das observações que fez sobre o modo como se organizavam os eventos naturais e do aprimoramento da incipiente racionalidade que o distinguia dos demais animais, gradativamente o ser humano começou a comparar-se e a estabelecer diferenças entre ele e os outros do mesmo gênero, gerando em si certa reflexão de como deveria agir perante os seus semelhantes que também compartilhavam dos mesmos atributos psíquicos.
A partir deste momento, em que já tem uma consciência maior sobre si e dos outros de sua espécie e guiado pelo interesse próprio e desejo de segurança, começa a aliar-se a uns e se proteger de outros, deste relacionamento