Discriminação e preconceito
Minha filha é linda! Tem treze anos de idade, morena dos cabelos cacheados.
Está na sétima série, sempre alegre, gosta muito de estudar, aliás, é uma excelente aluna, seu prazer é ir à escola.
O ano passado, quando cursava a sexta série, percebi que estava triste e chorosa, conheço muito bem minha filha, alguma coisa estava acontecendo, e realmente estava. Conversando com ela, me disse que uma menina da sétima série não a deixava em paz, sempre a incomodando, chamando-a de “miojo” por causa do seus cabelos encaracolados, e sempre que minha filha passava, ela dizia – “Ai que nojo! A miojo está passando!”.
Com essa moda de cabelos lisos e escovados, minha filha estava sofrendo bullying por ter cabelos cacheados. Passou a não querer ir à escola, desejou trocar de escola e alisar os cabelos.
Foi necessário muita conversa, valorizei bem a identidade dela, mostrando à ela o quanto é bela, especial, que tem lindos cabelos cacheados, que não precisava se adequar ao modismo do momento, e que nasceu para nos fazer felizes, como o significado do seu nome –”Beatriz aquela que me faz feliz”.
Levei o problema a direção da escola, constatamos que a menina sempre agia dessa forma também com outras crianças, e que não tinha uma boa estrutura familiar. A diretora conversou muito com a menina, explicando que esse comportamento era inadequado e que parasse de agir dessa forma, pois afinal, cada um tem sua beleza, quer tenha cabelos lisos, cacheados, loiros, morenos, ruivos, negros, não importa, todos são belos!
Infelizmente a menina, esse ano, saiu da escola, pois, continuou tendo problemas, arrumando brigas e desrespeitando os professores e funcionários da escola.
Constato que é necessário a união da escola com a família para resolver essas questões de discriminação e preconceitos.
Minha filha está bem agora, sempre estou atenta a ela, e pretendo estar atenta também aos meus futuros alunos para perceber quando algo não for