Diretas Já
Durante a ditadura militar, os presidentes e governadores eram eleitos por um Colégio Eleitoral, visivelmente adaptado para corresponder as ideias do regime. Assim, aparentemente estavam sob um regime democrático, mas os eleitos não estavam interessados em buscar o mínimo de dignidade à população.
O fim do extenso período de censura, agressões, quebra de direitos, inflações, crises e autoritarismo, ficou marcado com um dos maiores movimentos populares do nosso país.
O movimento ‘Diretas Já!’ cresceu a partir da proposta de emenda constitucional do deputado Dante de Oliveira no dia 3 de março de 1983, que propunha eleições diretas para a escolha do Presidente da República, em dezembro do ano seguinte. Após décadas vivendo sob um governo repressivo e violento, esse movimento representou a esperança e coragem retornando aos brasileiros.
Por ser uma cor menos comum que chama atenção, e ser considerado a cor da sabedoria filosófica oriental o amarelo foi escolhido pra representar a campanha. Ele podia ser visto em acessórios, roupas, e faixas em todas as manifestações. Ganhou força, e se espalhou pelo país.
Foram organizadas dezenas de manifestações a favor, e foi crescendo exponencialmente o número de adeptos. Dias antes da votação, dois comícios marcaram significativamente o movimento com a quantidade de adesão: no Rio de Janeiro no dia 10 de Abril, com um milhão e cem mil manifestantes, e em São Paulo, 6 dias depois, com um milhão e trezentos mil.
A emenda foi votada em 25 de abril de 1984 e precisava de 2/3 de votos no Congresso. Eram necessários 320 votos para a ementa ser aprovada. Foram 298 votos a favor, 65 contra, 3 em branco e 112 deputados não apareceram no plenário, devido a uma manobra de políticos aliados ao regime.
Mesmo com a enorme mobilização, e pressão popular, por 20 votos, a proposta foi derrotada. Assim, o Brasil continuou com o sistema indireto de eleições em 1985 e para dar a essa disputa uma aparência democrática o