direitos humanos
Violência nas instituições/ Pai simbólico está ausente na criança e no adolescente infratores
Hoje estamos vivendo uma verdadeira agitação “obscura” na sociedade contemporânea, um caos da pós-modernidade. A convivência está se tornando mais dilacerada, as pessoas pouco se reconhecem, a intolerância e a segregação estão notoriamente mais acentuadas. A realidade está cada vez mais divergente entre as pessoas e comunidades; isto tem motivado comportamentos considerados cruéis e desviantes na sociedade atual. O autor nos mostra em seu livro, uma realidade de violações de direito, em que as condições de vida a que muitos estão submetidos impedem que tenham acesso a direitos fundamentais. São vários os contextos e situações em que essas violações podem ser constatadas, desde casos individuais, em que uma criança ou adolescente é vítima de violência ou de negligência na família, até condições que envolvem a coletividade, como a falta de acesso à escola ou aos serviços de saúde, e muitas vezes as pessoas que tem seus direitos negados pelas instituições públicas, não se dão conta disto. O autor traz alguns questionamentos pertinentes em relação ao papel das instituições, para quem elas estão dando suporte. A partir da compreensão deste livro, é possível perceber que a felicidade contemporânea está cada vez mais atrelada à economia, e a sociedade fomenta o discurso que para ser alguém, é necessário ter sempre mais. Concomitante a isto, a pobreza está atribuída ao discurso do fracasso. Como sugere o autor, a sociedade oferece alternativas complicadas de identificação, a violência imposta é muitas vezes mascarada, principalmente em se tratando das instituições que não dão condições de acesso, mas que pune severamente a transgressão. O texto também discorre, em um viés psicanalítico, sobre as possibilidades de elaboração do sujeito a partir de sua realidade. Um ambiente hostil em que o jovem convive com as mais diversas violências