Direitos humanos numa era global – ensaio
Temos muita clareza e segurança em apontar as alterações, em âmbito global, nos últimos 2 séculos. A idade média teve uma duração estendida pelas relações sociais vigentes, ou seja, o ponto alto era o divino, cada indivíduo tinha um lugar no espaço social, sendo este de acordo com a vontade de Deus. Os direitos eram pautados na condição social do indivíduo, à exemplo de Reis e Imperadores, Papas e autoridades religiosas, até o sujeito comum que tinha apenas obrigações. A transformação que o renascimento traz é muito importante no que tange a formação de uma nova classe social que tem riqueza mas não é nobre ou religiosa, ou seja, aqueles que viviam de comércio e manufaturas, vivendo nas fronteiras dos feudos. Essa nova estrutura tem a característica que, em função do acúmulo de riqueza, de exigir direitos perante as autoridades, isso, associado ao fato de que a religião perde um pouco de sua força em função da ciência temos as bases de se pensar em uma situação de ampliação da igualdade entre os homens.
Temos então a Revolução Francesa, que marca a humanidade com seu chavão “Liberté, egalité, Fraternité” (liberdade, igualdade e fraternidade), isso pode ser apontado como um grande marco nas mudanças vindouras, muito mais céleres do que os, até então, quase mil e duzentos anos no modelo “divino”. O pensamento sociológico dá seus primeiros passos “modernos” e a humanidade caminha para Estados Democráticos de Direito.
No Século XX, muito embora ocorram duas guerras de proporções mundiais, onde genocídios são praticados contabilizando milhares de mortos, onde o homem lança mão do novo “fogo dos deuses” (fazendo um sincretismo entre a lenda de Prometeu com o fogo atômico sobre Hiroshima e Nagasaki) e a construção de dois grandes blocos políticos, os capitalistas (América do Norte e Europa Ocidental) e os comunistas (URSS, China), disputando o mundo como em um grande jogo de guerra, o mundo toma contato com a