Direito
Apraz-nos, sobremodo, a oportunidade de continuar este diálogo com a obra relevante deste acre historiador inglês que, a cada momento, nos surpreende com o estabelecimento de novos e insuspeitados paradigmas na urdidura de uma nova história social inglesa, ancorada na história da formação da classe operária, na sua vivência concreta e nas suas construções simbólicas mais amplas.
Senhores & Caçadores, sexto volume da Coleção Oficinas da História, foi pensado inicialmente para compor uma das partes da coletânea Albion's Fatal Tree1, publicado em 1975, mas cresceu em volume e importância a tal ponto que justificou-se uma publicação em separado, ocorrida no mesmo ano e reeditada em 1977. O livro representa, nos dizeres do próprio autor, uma série de experimentos, a começar pela redução, que segue a trilha do encaminhamento da pesquisa, reproduzindo em parte as vicissitudes e complexidades do pesquisador; negligencia as interpretações dos autores que analisaram o período imediatamente após os anos de 1723-1725, objeto do seu estudo, mergulhando em fontes manuscritas. À falta da documentação jurídica indispensável para seu estudo, à rarefação dos jornais, valeu-se das experiêcias dos moradores humildes e pobres das florestas, seguindo a trilha que os atava ao poder, encarando a sociedade de "baixo", como ela própria se via em 1723. Nestes termos, o episódico, o fragmento torna-se extremamente elucidativo e permite a recuperação de eventos que se perderam para o conhecimento histórico e, até mesmo, para o conhecimento de seus coevos: "uma procisão com repolhos aqui, um repique de sinos ali, ...um panfleto na rua,...cartas anônimas, canções assobiadas, baladas cantadas nas tabernas".
Seu objetivo primacial era o estudo das origens da Lei Negra, decretada em maio de 1723, e que de um só golpe criava 50 novos delitos capitais, delitos estes que analisados rigorosamente sob o