Direito
Partindo das concepções anteriores, buscou-se identificar as principais dificuldades, ou pontos negativos, presentes na escola pública de ensino fundamental, que a levavam a descumprir o seu papel. Utilizou-se para tal a questão "Quais dificuldades você tem encontrado na escola pública?"
Para alguns desses docentes o assistencialismo era um problema, pois ocupava o horário destinado às aulas, o que comprometia também o cumprimento do currículo escolar planejado. Outra observação dizia respeito ao caráter da cidadania e da consciência política das futuras gerações, concebidas em meio a essas circunstâncias paternalistas do ensino público. Além disso, havia o despropósito dessas ações assistencialistas, em especial na Prefeitura de São Paulo, pois parte delas não atendia às verdadeiras necessidades de cada comunidade escolar. Tudo isso caracterizava o mau uso do dinheiro público destinado à educação, conforme afirma o discurso a seguir: "se a gente pegar os vários projetos da Prefeitura, a maioria realmente precisa do leite. Agora, o material escolar não chega a 10% dos alunos que estão usando, tirando o lápis e a caneta que é normal eles usarem. Então, gasta-se muito dinheiro com um monte de coisa que não precisa."
Outro aspecto relativo ao poder público que dificultava a escola de cumprir sua função referia-se à inexistência de um canal de comunicação democrático entre os gestores públicos e o professor, não havia espaço, portanto, para sua participação nas decisões e iniciativas voltadas à educação, conforme demonstrado nos depoimentos a seguir: "as pessoas que estão tratando da educação, em primeiro lugar não nos ouvem. Ninguém vem aqui para falar assim: Está funcionando? Como vocês estão trabalhando? Algum dia eles perguntaram na escola se esse programa novo que eles vão implantar, se isso funciona? Quem sabe o que é uma escola pública é quem está dentro dela."
De acordo com Zagury14 (2006), para