Direito
ERICK KHRISTIAN
RESENHA CRITÍCA DO LIVRO "NA COLÔNIA PENAL"
MANAUS
2014
ERICK KHRISTIAN
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO "NA COLÔNIA PENAL"
Trabalho apresentado no curso de graduação em Direito da Faculdade Metropolitana de Manaus - FAMETRO.
Orientador: Prof. Roberta Kanzler
MANAUS
2014
INTRODUÇÃO Conforme revelam os escritos íntimos de Kakfa (diários e cartas), a literatura para ele era necessária, urgente. A formação jurídica e o emprego burocrático em uma companhia de seguros garantiam o seu sustento material, mas a literatura era o seu alimento. O ofício de escritor era superdimensionado em relação às demais áreas da vida do autor e de alguma forma, as absorvia. Em Kafka, os conflitos familiares (principalmente com o pai), o ofício do artista, o universo jurídico, tudo se torna literatura. Kafka conhece por dentro o mundo da justiça que descreve, sem, no entanto, estar dentro dele. Percorre os meandros desse sistema na pele de personagens que pouco compreendem seu funcionamento, justamente porque este funcionamento não é dado a compreensões - ao menos não para aqueles a quem a lei se dirige, ou sob quem pesa a autoridade. O poder, em Kakfa, assim como em Foucault, assume diversas formas. É exercido sob a forma da autoridade tradicional paterna em O Veredicto e Carta ao Pai. No exercício da soberania em Na Colônia Penal. E, de forma mais pessoal e anônima, típica da modernidade, como nas obras O Castelo e O Processo, nas quais o homem é confrontado com a burocracia impenetrável do aparelho estatal. Nesse pequeno artigo, me debruçarei especificamente na análise da parábola Diante da Lei e da novela Na Colônia Penal. Não tenho o objetivo de demonstrar qual a verdade ou a moral que permeiam essas histórias, mas sim de compreender, a partir delas e de seus personagens, quais formas de justiça e de punição estão presentes na construção kafkiana.