direito
A ética de um povo pode ser excelente, mas ela também pode ser repulsiva, horrenda. A ética é o conjunto de hábitos, de atitudes, de pensamentos, de formas culturais de um povo, adquiridas ao longo do tempo, durante longo tempo. Uma ética não surge de repente, brotando do nada. A ética, deste modo, vai se sedimentando na memória e na inteligência das pessoas, irradiando-se em atos que são feitos sem muitos esforços de reflexão ou crítica. A ética é o que se tornou quase uma segunda natureza das pessoas, de modo que seus valores são assumidos, digamos, automaticamente ou sem crítica.
A ética, entre nós, evoca justiça e direito, sobretudo o direito à vida. Num instante em que a morte de todos os humanos, através dos terrorismos gêmeos do Estado e dos grupos fundamentalistas apresenta sua face hedionda, quando a vingança assume o papel da justiça, é preciso muito cuidado com a manipulação do termo e do conteúdo das doutrinas sobre a ética. No Brasil, sobremodo, há hoje um abuso da palavra ética, servindo ela como uma espécie de “Abre-te Sésamo” para resolver problemas humanos antiquíssimos como o do mal, da corrupção, etc. Busquemos a ética aproximadamente, como Platão recomenda, que se procure a justiça. O apelo à ética faz-se, no Brasil e no mundo, tendo em vista a justiça e os direitos humanos.
ÉTICA DA VINGANÇA X ÉTICA DA JUSTIÇA
A Justiça tem normas, tem rituais, protocolos, tem fundamentos vinculados a direitos, e quando ela é acionada, ela se defronta com o princípio do contraditório, da legalidade, da fragmentariedade, da humanidade, da culpabilidade, dentre outros que devem ser respeitados. Em que de um lado estão os direitos individuais ou coletivos supostamente violados, e de outro os direitos humanos dos acusados. Nas democracias, essas normas, esses rituais, fundamentos e princípios, expressam a vontade e as escolhas da coletividade.
A noção de justiça é portanto uma noção ética fundamental, sendo que por meio dela as