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Vamos fazer um brevíssimo voo sobre a Filosofia nos dias atuais.
Entendemos por filosofia a razão buscando maior compreensão do real. O Mito também é uma forma de explicação, mas com características simbólicas, fantásticas, religiosas e sem a racionalidade própria da filosofia. Esta, por sua vez, apresenta os enunciados com base na coerência, razoabilidade e lógica de raciocínio. A verdade de uma realidade do ponto de vista filosófico é atingida pela veracidade da argumentação e razoabilidade dos argumentos. Por isso podemos dizer que a filosofia se ocupa com uma explicação sistemática do real.
Entretanto não podemos deixar de dizer que o senso comum também é uma forma não só das pessoas se relacionarem com o real, como também uma forma de conhecimento. Assim sendo, se podemos falar em conhecimento mítico-religioso e conhecimento filosófico, podemos falar, também, em conhecimento do senso comum.
a- SENSO COMUM
Vamos partir de uma afirmação aparentemente simples: o cotidiano não se explica apenas pelo binômio filosofia-mito ou filosofia-ciência. Mesmo por que nem todas as pessoas se dedicam a criar mitos ou a análises filosóficas e poucos são os que se dedicam à pesquisa científica. Como, então, a maioria das pessoas se relaciona com as realidades? Já que não estamos mais em tempos de explicações míticas, o cotidiano das pessoas é preenchido com explicações do senso comum.
Mas o que é isso que chamamos de SENSO COMUM? Existem várias respostas. Rubem Alves diz que prefere não definir. Apresenta, entretanto algumas noções. Começa dizendo que “senso comum é aquilo que não é ciência e isso inclui todas as receitas para o dia-a-dia, bem como os ideais e esperanças que constituem a capa do livro de receitas” (ALVES, 1982, p. 14. Grifo no original). Primariamente pode-se dizer que senso comum é aquela explicação do povo para o povo. Ou seja, aquele que se baseia numa subjetividade que se generaliza: o que uma pessoa pensa ser a verdade, através do