Direito

Globalização, Cultura e Sociedade: Reflexões do novo Milênio Vilmar Neto

Introdução
Globalização tornou-se um termo bastante comum apartir da década de 1990, geralmente associado às grandes mudanças ocorridas no sistema econômico internacional, resultantes do aprofundamento das relações de interdependência entre diversos atores internacionais (estatais e não-estatais). Embora o impacto econômico tivesse sido mais evidente (porque possível de se quantificar), os efeitos da globalização foram caracterizados por um conjunto de mudanças em diversas áreas, tanto no âmbito econômico quanto no político, social e cultural, cada qual avançando em uma determinada velocidade. Desta maneira conferindo um grau de unidade a produção e ao comércio global e consequentemente ao modo de vida e organização dos povos, causando ao mesmo tempo uma relação estreita entre as nações, cada vez mais necessárias para poder acompanhar o fenêmeno e ganhar competitividade no mercado global.
Do ponto de vista das relações internacionais, essas transformações, embora viessem evoluindo num processo caracterizado pelo aprofundamento do que certos teóricos chamaram de “interdependência complexa”, ganham uma nova dimensão com a despolarização do sistema internacional no período pós-Guerra Fria. É um novo momento, marcado pela despolarização do sistema internacional, e o surgimento de uma nova condição que Samuel Huntington definiu como unimultipolaridade, em que haveria uma fragmentação do poder, mas ainda associada à capacidade da potência americana de influenciar decisivamente os principais âmbitos do sistema internacional, e somada a isso grande influência que os chamadas países do primeiro mundo também tem na participação destas decisões, ou seja, uma concentração de poder de decisão. O mundo caminhou de uma ordem internacional bipolar para um regime instável,