Direito
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16 de agosto de 2011, às 09h41min
A trapaça por trás dos incentivos financeiros
Entende por que os incentivos ou punições puramente fincaneiras as vezes não dão certo
Por Diego Luis Pereira Andreasi
Sempre acreditei no esquema de incentivos que todos nós estamos acostumados, ou seja, para conseguir que alguém se comprometa com alguma coisa, dê a ela algum incentivo financeiro e tudo estará resolvido. Mas será mesmo que é assim que se resolve? Há algum tempo atrás comecei a ler sobre alguns estudos que estão colocando fim nesse tipo de esquema. O primeiro que descrevo neste post é retirado do livro Freakomonics : O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta, nele os autores dedicam o primeiro capítulo sobre a trapaça que envolve todo esse esquema de benefícios financeiros. No primeiro estudo, uma dupla de economistas foi instigada a solucionar um problema bastante comum a todos os administradores de creches: fazer com que os pais dessas crianças apareçam no horário certo para buscar seu filho. Os economistas resolveram aplicar a solução mais comum possível (e que provavelmente nós adotaríamos também), a de aplicar uma multa ($3 dólares ao dia por criança) aos pais que atrasassem um tempo superior a 10 minutos e decidiram testar sua solução em dez creches situadas em uma cidade de Israel. Aqui no Brasil nos diríamos assim: “Quando dói no bolso as coisas se Calma que o papai já vem resolvem” certo? Pois veja o que aconteceu. Depois da multa, os atrasos surpreendentemente aumentaram, saltando agora para 20 por semana. Mas como isso aconteceu? Os pais chegaram à conclusão de que não valia à pena o esforço de interromper a sua atividade (para no meio o seu jogo de squash) para buscar seu filho na creche no horário certo. No final, quando os economistas suspenderam a multa de $3, o número de pais atrasados não se alterou. Agora, eles podiam se atrasar, não pagar multa e muito menos sentir alguma