Direito do consumidor
Trabalho: Texto dissertativo argumentativo sobre o livro Dom Casmurro, analisando a obra por um viés jurídico.
Dom Casmurro, publicado no ano de 1899, no derradeiro ano do século, descreve o ciúme de um homem, o advogado Bento Santiago – o Bentinho -, por sua mulher, Capitolina – a Capitu. Trata-se de um romance sobre a intolerância, sobre um homem que não pode suportar que sua mulher seja mais mulher do que ele é um homem. Para escrever a tragédia de Bento Santiago, Machado de Assis formulou um novo modelo de narrativa, baseado na interioridade, na viagem ao inconsciente de um homem, visitou seus fantasmas, suas sombras, seus mais secretos temores. Para isso teve que criar um narrador muito especial.
O livro de Machado de Assis começa sua narrativa em 1857, quando Capitu tinha verdes 14 anos. Dedica três quartas partes do período que foi até 1865, quando ela casou com Bentinho. Tiveram um filho que era a cara, o corpo, o jeito e o modo de falar de Escobar, amigo dileto e companheiro do marido. Naquele tempo, apenas a esposa cometia crime de adultério, condenado com eclusão de três anos. Em geral não havia julgamento, porque o marido matava a mulher (e era absolvido). O homem só incidia na injúria contra os deveres do casamento se mantivesse concubina permanente. A lei brasileira repetia regras milenares que, sob desculpa de protegerem a família, tratavam diferentemente os cônjuges.
Nos cinco anos que Bentinho estudou Direito em São Paulo, no largo de São Francisco, dos 18 aos 22 anos, Capitu continuou no Rio, em encontros freqüentes com Escobar (a quem Machado atribuiu olhos claros e dulcíssimos).
Escobar era experiente e desenvolto a ponto de afagar a idéia de convidar a mãe do amigo, bela viúva, a casa-se com ele, apesar da diferença de idades. A convicção do adultério tornou impossível a vida comum. Capitu se foi para a Europa, com o filho Ezequiel. Anos mais tarde, já moço, voltou para encontrar Bentinho. Era nem