Direita e esquerda no Brasil
As políticas neoliberais e a gestão das políticas sociais
Considerações Iniciais
Direita e esquerda são posições políticas originárias do lugar ocupado pelos congressistas, nas cadeiras da Assembleia Nacional Constituinte francesa, no reinado de Luís XVI, os anos finais do século XVIII. Os representantes dos nobres, burgueses ricos e elementos do clero ficavam à direita. À direta ficavam os integrantes do clero, os burgueses, os nobres, aqueles que não queriam alteração relevante na sociedade, pois já se revestiam de uma série de privilégios. À esquerda, ficava a média burguesia, aqueles menos abastados, que mantinham a fé que a saída para a crise francesa, seria o fim dos privilégios das elites. Ao longo do tempo, tais vocábulos foram amplamente difundidos, e se consolidaram, definindo a “direita” como o partido dos economicamente privilegiados, daqueles que compõem ou defendem os direitos da elite, e a “esquerda” como os discordantes, os que buscam o fim dos privilégios, o fim da concentração de renda nas mãos de poucos, a transformação. No entanto, essas definições não se amarram à realidade, embora a definição de direita e esquerda seja simples em primeiro plano, tais definições guardam complexos interesses presentes em ambos os lados. É temerário aceitar uma definição tão simples, e impossível aplicá-la á política contemporânea. A esquerda que era dos dissidentes, que buscava de forma recorrente a mudança, a revolução, de forma contínua ao longo da história, muitas vezes socialista, sofreu profundas transformações tanto em face da torpeza de seus defensores, quando diante da globalização e da nova ordem mundial. Vale ressaltar que ideologicamente, qualquer indivíduo pode ter posições de esquerda e de direita, e não necessariamente se ater ao conceito fechado de “conservador” ou “revolucionário”. Esses conceitos foram iniciais, hoje a mutação permanente da sociedade, e o jogo de interesses não permitem