dilthey e a enfermagem
CONCEPÇÕES DE VIDA E SAÚDE IMPLICAÇÕES NA ENFERMAGEM
O modelo biomédico predominante, chamado mecanicista, tem raízes históricas no renascimento e recebeu influência de diversos filósofos. Neste modelo a saúde é vista como a ausência de doença, sendo o corpo uma máquina onde ao encontrar uma deficiência pode-se aplicar uma cura (BARROS, 2002). Nesse contexto as ciências modernas, em especial as ciências médicas atribuem à vida o conceito de um fenômeno natural, ligado apenas às funções do organismo individualmente e nas populações humanas como as taxas de mortalidade, natalidade entre outras (COSTA e BERNARDES, 2012). Assim a doença torna-se uma disfunção da vida, a saúde fundamentada nesse conceito biomédico é a base de afirmação da vida e a morte um problema para a sociedade moderna.
A saúde escapa à ordem do discurso científico quando se equaliza à vida “como potência de permanente invenção de modos de existência” (COSTA e BERNARDES, 2012), não sendo a doença um impeditivo para a possibilidade de existência da vida; “há formas de viver que insistem e resistem à doença” (COSTA e BERNARDES, 2012), entretanto para isso a vida humana deve ser considerada em todas as suas dimensões, não apenas no campo natural.
Wiilhelm Dilthey (1988) entendia a vida como a última raíz da concepção humana do mundo, envolvendo filosofia, arte, religião, ciência. Assim a vida se manifestaria de formas distintas, através de interdependências vitais, onde pessoas e coisas exercem influência sobre cada indivíduo proporcionando a este o seu próprio mundo. Toda mundividência é produto da história, e esta historicidade é fundamental da consciência humana, constituinte da vitalidade das pessoas, podendo ser expressa de várias formas: através da arte, no corpo, nas emoções. Através dessa concepção Dilthey desenvolveu uma lógica, uma forma de estudo diferente das tradicionais ciências da natureza, seria