Dilema Ético: Apagar Memórias Ruins
Todos guardamos, ao longo de nossa vida, memórias ruins e dolorosas.
No entanto, um projeto ambicioso que pode mudar radicalmente esta afirmação está prestes a ser concluído: a criação de uma droga que apague essas memórias.
Isso sempre foi considerado impossível pela ciência. Mas o cenário começou a mudar no final da década de 1990, graças ao neurocientista egípcio naturalizado americano Karim Nader (Oliver Hardt, Einar Örn Einarsson e Karim Nader Annual Review of Psychology, 2010 ).
A pílula do esquecimento consegue apagar a lembrança indesejada antes que ela se consolide. Como a memória é formada em duas etapas, já é possível neutralizar a primeira, a chamada memória de curto prazo. “A pílula bloqueia a transformação das memórias de curto prazo em definitivas.
Mas não é possível selecionar a lembrança que se quer apagar”, diz Sacktor. Ou seja, se a pessoa recebe o tratamento imediatamente após o trauma, ela não vai se lembrar de absolutamente nada do que aconteceu nos minutos anteriores. O exército americano está especialmente interessado neste tipo de pesquisa. (http://veja.abril.com.br/Neurociência)
Em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, pesquisas relacionadas à pílula para apagar memórias ruins encontram-se em fase adiantada, ou seja, seu lançamento no mercado de drogas farmacêuticas é uma questão de tempo.
No entanto, uma coisa é certa: mexer com as memórias pode trazer consequências positivas, mas também pode ser extremamente negativo, já que seu uso modificará drasticamente as relações humanas.
Dentro deste contexto, a maior questão é definir como ética ou não a utilização desta nova droga, e isso levanta muitas questões éticas, conforme exposto a seguir.
IMPLICAÇÕES ÉTICAS
O Conselho de Bioética da Casa Branca, EUA, já se manifestou sobre o assunto, apontando várias situações em que o apagamento ou a alteração de memórias pode ser uma coisa ruim, antiética ou imoral. (Vanessa Vieira, Super