Diferença entre Sócrates e os sofistas
• Verdade versus Persuasão Quem persuade não diz a verdade. O discurso usado para persuadir é belo, trabalhado (“…discursos enfeitados de locuções e de termos escolhidos e sobriamente ordenados…”). Enquanto o usado para dizer a verdade não precisa de ser elaborado, pois é um relato de fatos (“…discursos sem arte, feitos com as palavras que primeiro surgirem.”). Sócrates utiliza a ironia para criticar os seus oponentes (“(…)Por mim, de os ouvir, quase me esqueci de quem sou, tão persuasivos eram os discursos deles.”).
• Diferença entre Sócrates e os sofistas Quando um filósofo elabora uma tese, o seu objectivo é chegar a uma verdade universal, não manipulando ou persuadindo nem dizendo mentiras, usando linguagem simples e objectiva. Os filósofos são representados por Sócrates. Os sofistas são os antigos acusadores de Sócrates, descritos como “…pessoas que não diziam nada de verdadeiro…”. De fato, o orador chega ao ponto de lhes chamar manipuladores que persuadiam os atenienses quando ainda eram jovens, pois nessa fase da vida eram mais ignorantes, ou seja, não questionavam o que lhes era dito (“…dirigiam-se a vós na idade em que mais crédulos éreis, quando alguns de vós eram ainda crianças ou adolescentes…”). Sendo assim, os sofistas são os que usam a arte do bem falar para persuadir.
• O diálogo e o método socrático - Interrogatório a Meleto Em sua defesa, Sócrates chama o seu acusador, Meleto, a testemunhar. O filósofo tenta mostrar ao tribunal que, de fato, Meleto não tem qualquer fundamentação para justificar a acusação (“(…) Já que dizes ter descoberto o homem que os corrompe e por isso me persegues e me incriminas perante este tribunal, vamos, diz também o nome daquele que os torna melhores e dá-o a conhecer a estes juízes. Estás a ver, Meleto? Ficas em silêncio e não sabes o que dizer. (…)”, ou seja, como não sabe o que dizer, na verdade não se preocupa, é apenas um jovem imprudente). No seu discurso, Sócrates é