TEXTO OKARILÉ

RESENHA DO TEXTO “OKARILÉ: UMA TOADA ICÔNICA DE IEMANJÁ”
JANEIRO/2014
DISCIPLINA: MÚSICA E CULTURA
PROF. CARLOS SANDRONI
UFPE – CAC – DEPARTAMENTO DE MÚSICA
O texto de Rita Laura Segato trata da relação íntima entre música – sua forma e conteúdo – com o indivíduo no qual sente-se representado nela. Para isso, a autora vai analisar a Okarilé que é uma toada do repertório de Iemanjá. Para introduzir neste campo, começa falando do Xangô na cidade do Recife e suas características e de seus membros. Fala do fato do afeto na questão das toadas e dos elementos que suscitam nos indivíduos, como por exemplo, o fator rememorador. Faz questionamentos sobre como identificar elementos do orixá nos indivíduos afetivamente ligados ao santo, ou seja, “seus filhos”. Um ponto importante do texto é a questão do termo ícone no texto, e a conclusão de que não há ícones puros. Este artigo pode nos fazer pensar em outros âmbitos musicais esta relação de pertencimento entre um ícone e a relação com a música e de quem está afetivamente relacionada com ela. Sobre a questão do ícone, podemos refletir sobre o gênero musical punk, que nesta situação, o ícone pode ser como um indivíduo vigoroso, que expressa-se através deste ritmo suas angústias, insatisfações e anseios. Assim como no caso da Okarilé e o “Gegê de sete pancadas” que é possível associar as batidas do ritmo, suas pausas, com a personalidade dos seus “filhos” que entoam as toadas em sua homenagem. A atitude dos adeptos do punk pode ser percebida através das batidas rápidas, das letras muitas vezes de protesto a uma condição de oprimido perante as medidas de um Estado opressor, da mesma forma que a voz na qual é cantada exprime essa revolta, com vozes estridentes e algumas vezes incompreensíveis a uma primeira percepção. É fundamental perceber que a compreensão da música e de seus envolvidos passa pela questão do entendimento do significado daquele ritmo e conteúdo possui dentro de uma cultura de determinado grupo. Assim,