Didatica
O autor neste texto, discorre da variedade de significados que os seguintes conceitos efetivamente assumem na literatura científica e filosófica, considera-se científico todo discurso que simplesmente tem como propósito descrever uma realidade qualquer. Epistemológica, por sua vez, é toda abordagem que não tematiza direitamente a realidade, mas as teorias sobre a realidade. Trata-se, portanto, de toda forma de metaciência, ou seja, de discursos que tentam compreender, e em alguns casos também normatizar, a atividade científica. Aborda sobre o abstrato e a realidade. Por outro lado, esses dois campos interagem de maneira diversa. Alberto Oliva fala que, a partir das reviravoltas ocorridas na metaciência posterior aos anos 30, foi ficando cada vez mais claro que aquilo que se tendera, durante muito tempo, a caracterizar com a racionalidade funcional da ciência não passava de uma questionável apropriação empirista metadiscursiva dos conteúdos explicativos forjados pelas diversas ciências particulares (1990, grifo do autor). Os “conteúdos explicativos” elaborados pelas ciências particulares são o modo como, para tais ciências, a realidade se constitui. Assim, dirigem-se diretamente à descrição da realidade, justamente o que é significado pelo nosso conceito de ciência. “Metaciência” e “metadiscursos”, por sua vez, são teorizações que nesse contexto referem-se não à realidade propriamente, mas às teorias (científicas) que a tematizam. Um outro aspecto por Oliva da interação entre ciência e epistemologia. Não só os “conteúdos explicativos” das ciências particulares determinaram a elaboração de “metadiscursos” específicos, como também estes, num momento seguinte, passaram a influenciar o desenvolvimento das explicações científicas. Isso porque a epistemologia passou a caracterizar “a racionalidade funcional da ciência”, estabelecendo os padrões que deveriam orientar a investigação da realidade. Neste