Didatica
Prof. Juliene da S. Barros e Marcelo M. Martins Inovar no campo da educaçãoé um ideal que se atualiza constantemente por via de diferentes novidades, estampadas em conceitos tão interessantes quanto complexos, como é o caso detransversalidade, multi e transdisciplinaridade, transposição didática, diversidade, inclusão educativa e tantos outros. Curiosamente, ao lado desses ideais de inovação, pairam as velhas críticas, segundo as quais “A educação vai mal”, “ A alfabetização no Brasil ainda é um fracasso”, “O professor continua desvalorizado”, o que pode ser traduzido por uma outra frase comum: “Na prática, a educação é bem diferente do que desejam as teorias”.
Esse descompasso acontece, a nosso ver, porque não se re-conhece, ou, se se reconhece não se explicita de modo desejável, que na base de todas as propostas recentes em educação está uma mudança crucial, relativa justamente a um novo modo de conceber a relação entre teoria e prática. A consecução de quaisquer ideais para o ensino deve passar pela compreensão desse novo modo de relação. Mas, como não se vai nunca a isso que julgamos como a questão essencial a se discutir, os conceitos e as novas propostas permanecem, na maioria dos casos, impalpáveis no limbo teórico e muitos professores continuam sem saber como relacionar teoria e prática, sem compreender o seu papel na contemporaneidade diante dos novos ideais de ensino.
A compreensão inadequada de como se devem dar as relações entre teoria e prática traz como conseqüências o famoso gesto de “pedir receitas”. A cada novidade que se divulga, os professores se perguntam “como fazer”, ao invés de, eles próprios, descobrirem os caminhos de apropriação das teorias para orientar as práticas. E isso é respaldado, em larga escala, pelas concepções e pelos significados que costumam ser atribuídos aos termos envolvidos, os quais assentam a relação entre teoria e prática no domínio conceitual da oposição e não