Dialética do concreto
Meu objetivo neste trabalho é o de fazer algumas observações no que diz respeito ao mundo da pseudoconcreticidade, a manifestação fenomênica e sua essência, e o problema da totalidade concreta no texto “Dialética do Concreto” de Karel Kosik, destacando alguns pontos sobre tal assunto que considero importantes.
“Dialética do Concreto”
Segundo Kosik, “o pensamento dialético distingue entre representação e conceito da coisa, com isso não pretendendo apenas distinguir duas formas e dois graus de conhecimento da realidade, mas especialmente e sobretudo duas qualidades da praxis humana”. 09 O pensamento a que ele se refere neste ponto a um conjunto metodológico de análise científica, e as duas qualidades da praxis humana são a praxis objetiva e a praxis histórica. Para ele, “A atitude primordial e imediata do homem, em face da realidade, não é a de um abstrato sujeito cognoscente, de uma mente pensante que examina a realidade especulativamente, porém de um ser que age objetiva e praticamente (...) que exerce a sua atividade prática no trato com a natureza tendo em vista a consecução dos próprios fins e interesses, dentro de um determinado conjunto de relações sociais”. 09 Neste ponto, ele destaca que esses reflexos podem ser chamados de representação e conceito da coisa, ou seja, se o pensamento dialético destingue entre representação e conceituação, portanto trata também de distinguir não somente o grau de conhecimento da realidade, mas principalmente as duas qualidades constitutivas da praxis humanas, ou seja, a praxis utilitária ou o materialismo espontâneo e a praxis pragmática que está no cotidiano em geral, e a praxis reflexiva, ou seja, que envolve o conhecimento. A coisa nada mais é que a manifestação fenomênica, que nada mais é que o mero real. A realidade, à primeira vista, apresenta-se como “o campo em que se exercita a sua atividade prático-sensível, sobre cujo fundamento surgirá a imediata intuição prática