RESENHA - KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. Capítulos 1 e 2.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2010. (p. 11-64)
Lucas dos Santos Lima
Este trabalho irá expor apenas o primeiro capítulo da obra, pois foi o trecho trabalhado na disciplina, mas é interessante alertar para o fato de que o próprio autor escreve na sua nota de advertência: “O livro se divide em quatro capítulos mas constitui um todo orgânico; os problemas isolados são coligados
um
ao
outro,
e
só
exprimem
a
concepção
fundamental
esclarecendo-se
reciprocamente.”(KOSIK, 2010 p. 09). Este primeiro capítulo é intitulado “Dialética da Totalidade
Concreta” e o autor trabalha três temas centrais: “O mundo da pseudoconcreticidade e a sua destruição”;
“Reprodução espiritual e racional da realidade” e “A totalidade concreta”.
Nessa primeira parte, ele diz que a dialética trata da “coisa em si”, do conceito da coisa, mas que essa “coisa em si” não se manifesta imediatamente para o ser humano e por isso, a dialética distingue dois elementos da realidade: representação e conceito da coisa. Isso se dá porque a atitude imediata do ser humano frente à realidade, não é a de um abstrato sujeito cognoscente e sim como um sujeito que age objetiva e praticamente sobre a natureza, tendo como fim a realização de suas necessidades e interesses. Assim, o ser humano inserido neste mundo, no momento que trabalha para suprir suas carências e necessidades, cria uma relação prático-utilitária com as coisas e decorrente disto, cria suas próprias representações das coisas, captando o aspecto fenomênico da realidade. Contudo, esse aspecto fenomênico da realidade é diferente e muitas vezes contraditório com a coisa em si, com o núcleo interno essencial e seu conceito correspondente.
Segundo o autor, nesta práxis utilitária forma-se tanto o ambiente material do indivíduo histórico quanto a atmosfera espiritual em que a aparência superficial da realidade é fixada,