Dialética Adorno
Dialética Negativa
Eberson Fontana*
Resumo: A Dialética Negativa é uma inversão frente aos paradigmas tradicionais da dialética. A formulação de Adorno denota a impossibilidade de operar uma síntese positiva entre razão instrumental e razão emancipatória. Por isso, a dialética negativa conduz ao resgate de um tensionamento, responsável por assegurar o pensamento do novo a partir de uma concepção materialista ancorada no além-do-conceito. Trata-se de uma nova maneira de apreender a racionalidade humana, em perspectiva desafiadora, com a finalidade de abarcar a estrutura medular responsável pela carência de uma racionalidade crítica.
Palavras-chave: Dialética Negativa. Adorno. Epistemologia. Emancipação.
Theodor Adorno (1903-1969) é um dos mais conhecidos filósofos da Escola de Frankfurt. Nasceu na Alemanha e viveu em um período conturbado da história, marcado pela ascensão de regimes totalitários, revoluções e pelas duas grandes guerras mundiais. Como filósofo, soci*
Bacharel em Filosofia (IFIBE, 2008). O artigo resulta do Trabalho Monográfico de
Conclusão do Curso de Bacharelado em Filosofia, defendido no IFIBE sob a orientação da professora Me. Nilva Rosin em 2008
Revista Filosofazer. Passo Fundo, ano XVIII, n. 34, jan./jun. 2009
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ólogo, musicólogo e crítico do século passado ganhou reconhecimento pelas suas obras. Logo aos 19 anos conheceu Max Horkheimer, de quem esteve constantemente ao lado, inclusive por um período em que ambos se refugiaram nos Estados Unidos, diante da ameaça do nazismo na Alemanha. Entre suas principais obras destacam-se: Dialética do esclarecimento (1947, com Max Horkheimer); Mínima Moralia (1951); Dialética
Negativa (1966) e Teoria Estética (1970).
A ousadia e a profundidade dos escritos de Adorno fazem com que o estudo de seu pensamento seja desafiador. Escrever sobre ele se torna uma tarefa ainda mais árdua, considerando a