Fichamento: Dialética do Esclarecimentos - Theodor Adorno e Max Horkheimer
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Marx. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. 223 p.
Prefácio
“O que nos propuséramos era, de fato, [...] descobrir porque a humanidade, em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano, está se afundando em uma nova espécie de barbárie.” (p. 11)
“A aporia com que defrontamos em nosso trabalho revela-se assim como o primeiro objeto a investigar: a autodestruição do esclarecimento. [...] a liberdade na sociedade é inseparável do pensamento esclarecedor. Contudo, [...] o próprio conceito desse pensamento [...] contem o germe para a regressão que hoje tem lugar por toda a parte. (p. 13)
“[...] a causa da recaída do esclarecimento na mitologia [...] deve ser buscada[...] no próprio esclarecimento paralisado pelo temor da verdade. [...] Assim como o esclarecimento exprime o movimento real da sociedade burguesa como um todo sob o aspecto da encarnação de sua Idéia em pessoas e instituições, assim também a verdade [...] significa [...] a figura que esta assume na realidade efetiva.” (p. 13)
“O medo que o bom filho da civilização moderna tem de afastar-se dos fatos [...] é exatamente o mesmo medo do desvio social.” (p. 13)
“Ao tachar de complicação obscura e [...] de alienígena o pensamento que se aplica negativamente aos fatos, bem como às formas de pensar dominantes, e ao colocar assim um tabu sobre ele, esse conceito mantém o espírito sobre o domínio da mais profunda cegueira. [...] A falsa clareza é apenas uma outra expressão do mito. Este sempre foi obscuro e iluminante ao mesmo tempo, suas credenciais têm sido desde sempre a familiaridade e o fato de dispensar do trabalho do conceito.” (p. 13-14)
“O aumento da produtividade econômica, que por um lado produz as condições para um mundo mais justo, confere por outro lado ao aparelho técnico e aos grupos sociais que o controlam um superioridade imensa sobre o