psicologia
Prof. Dr. Paulo César de Oliveira (DFIME/UFSJ)
Resumo: Este artigo analisa, a partir do pensamento de Theodor Adorno, a questão da emancipação no processo educacional. A educação deve, simultaneamente, evitar o que ele chama de “barbárie” e buscar a emancipação da pessoa. Entende-se, por barbárie, o impulso de destruição que o homem traz consigo. Esse impulso manifesta-se nas diversas formas de agressividade que percebemos no cotidiano e pode chegar a situações extremas, como os campos de extermínio da Segunda Grande Guerra Mundial. A educação autoritária não consegue evitar as possibilidades destrutivas que o homem traz consigo; por isso, Adorno propõe uma educação “emancipatória”. Esse modelo educacional evita a repressão, se distância da reprodução tecnicista e focaliza o aspecto produtivo da vida humana. Em outras palavras, a educação “emancipatória” pensa a sociedade e a educação distanciando-as do caráter industrial a que é submetido a cultura. A partir dessa perspectiva, o processo educacional pode favorecer a formação de sujeitos críticos e emancipados; sujeitos capazes de “domesticar” o impulso destrutivo que lhes é inerente. Desse modo, a educação forma pessoas autônomas e contribui para que não se repitam barbáries.
Palavras-chave: Filosofia. Educação. Adorno.
A
questão principal que move o pensamento de Adorno é a rejeição da
“mentalidade sistemática” e a polêmica contra toda forma de “dialética positiva”. Por mentalidade sistemática, se entende a filosofia que visa compreender a realidade como uma totalidade sistemática. Diante da dialética hegeliana, denominada de positiva, uma vez que a negação da negação nada mais é do que a afirmação, ele propõe a “dialética negativa”. Isto é, quem escolhe o trabalho filosófico, como profissão, deve renunciar à ilusão de captar a totalidade do real; além do mais, essa realidade é plena de contradições. Ao rejeitar conceber a