Dialogo sobre qualidade de vida
Por Nelson Botter Junior*
Outro dia eu estava numa livraria e comecei a prestar atenção no número de “receitas mágicas” que são oferecidas nos livros de auto-ajuda. São obras que se propõem a dizer o que você deve fazer para ter uma melhor qualidade de vida, atingindo o sucesso e coisa e tal. Nada contra, pois alguns livros realmente acrescentam em muito para algumas pessoas, mas sempre que folheio um desses manuais da felicidade fico com uma pulga atrás da orelha.
A primeira pergunta que me vem à cabeça: será que o autor faz tudo isso que ele diz? Sempre me pergunto se não tentamos ensinar aos outros o que mais precisamos aprender. Outra coisa que me ocorre: como é que alguém pode saber o que é qualidade de vida para mim? Digo isso porque imagino que essa questão é muito pessoal e não tão genérica.
Qualidade de vida não é morar numa casa espaçosa, rodeada de árvores e pássaros cantando, com as crianças brincando com cachorros num quintal gigante. Acredito que qualidade de vida é conseguir viver bem no ambiente em que nos encontramos, nos adaptando e procurando ter hábitos saudáveis, mas não utópicos.
Cada pessoa deveria encontrar o que é qualidade de vida para si, e não fazer milhares de tentativas frustradas de seguir os manuais com "7 dicas do que fazer para se ter uma vida melhor".
Proponho o seguinte: faça uma lista das situações que representem prazer para você e procure praticá-las o maior número de vezes possível por semana. Aos poucos, você estará mais feliz, criando a sua qualidade de vida.
Praticar exercícios, morar numa cidade mais tranqüila, trabalhar menos e qualquer outra coisa que seja estereótipo de felicidade nem sempre é o desejo de todos. Tem gente que não vive fora do caos urbano, que adora seu trabalho, fazendo-o com muito prazer e afinco, e que não gosta de praticar esportes. Logo criamos a imagem de que essas pessoas são infelizes. Será mesmo? Pense que pode ser o estilo de vida que mais