diagnóstico
Ensaio sobre a cegueira: discussão do diagnóstico no âmbito clínico – estigmatiza ou liberta?
Diagnosticar é uma construção que nos permite caracterizar certas habilidades e problemáticas humanas, realizada mediante observação e análise de dados. A elaboração de um diagnóstico implica em um trabalho rigoroso de avaliação, interpretação e conhecimento do paciente. A tarefa de diagnosticar tem se mostrado um dos grandes desafios principalmente na área da saúde e trata-se de um terreno fértil para discussões e impasses. Antes de abordar esse tema ainda bastante polêmico, é importante definir e compreender a palavra Diagnóstico. De origem grega, a palavra deriva da junção do prefixo di(a) – separar uma parte da outra – e do elemento de composição gnosis – conhecimento, percepção - ou seja, por definição é a capacidade de distinguir, de discernir, de ver através de. Na forma como vem sendo utilizado, na atualidade, significa estudo realizado com a finalidade de conhecer determinado fenômeno ou realidade, por meio de um conjunto de procedimentos teóricos, técnicos e metodológicos (Araújo, 2007). O diagnóstico, estabelecido através dos sinais e sintomas manifestado pela pessoa, não é uma certeza absoluta. Pelo contrário, são hipóteses formuladas a partir de uma realidade que nos é apresentada, analisada com base no conhecimento teórico e prático do profissional, que pode ser confirmada ou rejeitada ao longo do tempo.
O ato de diagnosticar não é exclusivo ao campo da saúde, pelo contrário, estamos em diversos momentos frente a situações geradoras de dificuldade, desconforto, diagnosticando os fatos e fenômenos que se apresentam. Porém, foi nessa área que esse ato ganhou força e vem sendo alvo de grandes polêmicas e discussões entre os profissionais. Vale ressaltar que existem diferentes níveis e tipos de diagnósticos, nesse artigo referir-me-ei aos que se realizam no campo da saúde mental. Diante desse cenário, o objetivo deste artigo