Diagnóstico erroneo
Desde que Simonsen assumiu o Ministério do Planejamento todas as políticas adotadas para o controle da inflação foram baseadas no seguinte diagnóstico: excesso de demanda.
Depois de até mesmo o plano de Delfim Netto não ter resolvido a inflação, começou a se repensar no diagnóstico. Perceberam então que o problema não era a demanda em excesso, e sim outro: o endividamento externo que começa a ser cobrado.
Em um momento crítico na economia mundial, o Brasil se vê frente aos bancos sem poder de renegociar seus empréstimos e, ainda pior, com altas taxas de juros – o calcanhar de Aquiles nesse caso foram os chamados juros flutuantes adotados para esse tipo de transação.
A economia norte americana havia mudado, com a intenção de conter a desvalorização do dólar: adotaram uma política monetária restritiva. Em 1980 estavam sugando toda a liquidez mundial com os aumentos dos juros.
Diante disso o Brasil se viu obrigado a criar uma política para começar a gerar superávits externos para pagar os serviços da dívida externa. Essa política começou em 80 e se aprofundou em 82 com a intervenção do FMI para garantir o pagamento da dívida.
A política obteve sucesso no que se diz ao comércio exterior. A balança comercial teve uma grande reversão passando de déficit em 80 para superávit em 83 – 6,5 milhões – e 84 – recorde de 13 milhões.
O sucesso do ajustamento se deu em grande parte pela própria recessão, com a queda das importações e estímulos para exportação.
Entretanto, a geração de superávits externos não resolvia outro problema, as contas internas. As obrigações da divida externa não estavam devidamente distribuídas entre os setores da economia, logo o ônus da dívida recairia de forma mais brusca sobre alguns setores.
Devido a estatização da dívida externa, 80% da dívida era do setor publico, enquanto a maior parte do superávit se dava no setor privado.
A solução do governo para resolver essa situação foi o endividamento interno. Esse período