Vaticano
William Cesar Castilho Pereira
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Resumo: O texto tem por objetivo discutir o advento da Análise Institucional na Igreja Católica, no Brasil, a partir de uma leitura histórica do Concílio Vaticano II, situando esse acontecimento em meio às transformações sociais, econômicas e políticas da época, que obrigaram a Igreja a rever seus princípios e modos de funcionamento. Palavras-chave: Análise institucional; Vida Religiosa Consagrada; Concílio Vaticano II.
O propósito do presente ensaio é promover uma leitura histórica do Concílio Vaticano II, de modo a possibilitar uma discussão sobre a adoção da Análise Institucional como referencial teórico, metodológico e prático na Igreja Católica no Brasil, em sua vertente mais progressista. A reconstrução histórica da vida religiosa consagrada das últimas décadas elucida o contexto socioeconômico e político, a produção da demanda e os objetivos da escolha da Análise Institucional por esta instituição. É bem sabido o quanto as sociedades pré-modernas, predominantemente feudais, serviram de base a todas as matrizes societárias originárias da Igreja Católica. Sua estrutura político-religiosa ordenava-se em grupos sociais estáticos, e a base econômica era a terra e os ofícios dos artesãos. A subjetividade dominante era o comunitarismo. A nomenclatura “comunidade” extrapola o sentido de mero espaço local e abarca uma teia de configurações com alto grau de intimidade pessoal, compromisso moral, coesão social, continuidade espacial e temporal. Na rede imaginária e simbólica do campo comunitário, condensavam-se traços identificatórios imutáveis através das instituições religiosas, familiares e políticas. O tempo era lento, o espaço era imenso e a intimidade era pública. O pensamento
Psicólogo Clínico, Professor Adjunto III PUC Minas, do ISTA e ISI. Analista Institucional. Doutor pela UFRJ. Autor de livros e artigos.
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filosófico medieval era