Dez livros e uma saga
Claudete
A leitura tem ocupado boa parte da produção teórica em relação ao ensino de língua e literatura por causa das dificuldades enfrentadas pela escola para motivar o estudante para a leitura e formar leitores.
A leitura só se torna uma questão específica na última década, quando foi incluída entre os conteúdos da prova de língua portuguesa no Vestibular, causando impacto em diferentes setores educacionais, pelo destaque dado à leitura do texto literário e por determinar o tipo de leitura a ser realizada pelo estudante.
A redação não alterou a qualidade da expressão linguística do candidato do Vestibular, como era esperado.
Seu objetivo era o de servir como possibilidade de ampliação de repertório cultural do aluno e representar a melhoria de seu desempenho linguístico.
A presença de leitura obrigatória transformou o próprio sentido desse exame. Ela vem repercutindo de modo oposto ao da inclusão da redação nos exames vestibulares.
Em relação à atualidade, as indicações da UFSC se distinguem das listas de outras instituições. Essas obras são pouco conhecidas pelos professores do ensino médio e não há uma fortuna crítica como apoio para trabalhá-las.
Essas listas vêm produzindo uma recepção problemática em relação ao professor, agente de mediação entre texto literário e leitor.
A leitura passou a ser vista como uma atividade com o objetivo de finalizar o ensino secundário. Para a leitura com um fim determinado, forma-se um leitor para um objetivo predeterminado também. Um espaço que se cria e se fecha em torno de si.
O Vestibular da UFSC desacomoda a tradição do ensino da literatura, vindo a exigir um leitor com referencial mais amplo do que o habitual entre os profissionais da escola secundária.
A leitura para o candidato torna-se um bem de consumo.
Na estética da recepção, o componente fundamental para a renovação dos estudos literários é o leitor. Assim, o texto literário não tem sentido por