dez licoes
Maria Elisa Cevasco
Pg 10
É nesse processo que “cultura”, a palavra que designava o treinamento de faculdades mentais, se transformou ao longo do século XIX,no termo que enfeixa uma reação e uma crítica – em nome dos valores humanos – à sociedade em processo acelerado de transformação. A aplicação desse sentido às artes, como as obras e práticas que representam e dão sustentação ao processo geral de desenvolvimento humano, é preponderante a partir do século XX.
Pg 11
Samuel Huntington, que, em um ensaio para a revista Foreign Affairs de 1993 (3), prevê que a fonte fundamental dos conflitos em nossos dias não é primordialmente ideological ou econômica. “as grandes oposições entre as espécies humanas e a fonte dominante dos conflitos serão culturais”. É claro que Huntington pressupõe aí que a cultura é dissociada da economia, da ideologia e da história. Ironicamente, é a interpenetração cada vez mais evidente dessas esferas que marca nossa era da cultura, quando o poderio econômico se entrecruza com a expansão cultural.
Pg 12
Já na década de 1950, ficou claro para Raymond Williams a necessidade de tomar uma posição sobre a cultura e de intervir no debate para demonstrar as conexões entre as diversas esferas e salvaguardar o conceito para um uso democrático que contribuísse para a mudança social.
Pg 15
Robert Owen (1771 – 1858), um dos fundadores do socialismo e do cooperativismo: a natureza humana não é um dado estático, mas o produto de um modo de vida, de uma cultura.
William Wordsworth (1770 – 1850), poeta romântico: o espírito encarnado de um povo.
A religião, poderoso elemento apaziguador de tensões sociais, começa a ser desacreditada pela visão secularizada da ciência. É nesse momento que a cultura é chamada a desempenhar um novo papel social, o de apaziguar e organizar a anarquia do mundo real dos conflitos e disputas sociais.
Pg 18
Matthew Arnold: como Burke, ele insiste no papel da tradição