Dez Lições sobre Estudos Culturais
Resenha do livro:
CEVASCO, Maria Eliza. As Dez Lições Sobre os Estudos Culturais. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.
Resenha por: Bruno Adriano R. da Silva
Nesta obra a autora nos propõe uma viagem sobre a construção histórica dos estudos culturais, originários da critica a uma concepção doutrinária do conceito de cultura. Apontado enquanto uma disciplina que traria á tona a marginalidade dos “de baixo” os estudos culturais emergem de uma conjuntura ligada a tradicional critica estruturante da esquerda e do conservadorismo da sociologia inglesa postulados, como um “espectro” que traria para o debate uma diferenciada forma de se conceber a critica cultural. Oriundo de debates realizados no seio da classe trabalhadora, através da WEA (Worker’s EducationalAssociation), os estudos culturais, na figura de E. P. Thompson, Richard Hoggart eRaymond Williams, apresentam um entendimento que transcende as discussões até então travadas no interior da critica cultural, para eles a diferenciação se dava justamente no ato de se questionar as formulações existentes sobre o papel da cultura no âmbito da sociedade moderna. Apontavam que esta dimensão da vida seria um privilegiado palco de disputas extensões e mais, de afirmação dos valores e significados existentes na produção dos trabalhadores. Assim questionavam os valores de definição da alta cultura e os paradoxos existentes entre civilização e cultura. Por toda essa dimensão política existente na história de formação dos estudos culturais, Maria Eliza Cevasco, de modo bastante didático, nos coloca diante desta disciplina a partir de dez lições básicas, dez apontamentos sobre a origem, o desenvolvimento e os atuais embates travados no âmbito desta disciplina, desde sua aparição em meados do século passado na Inglaterra, passando pela sua migração para os Estados Unidos e chegando a sua relação com o Brasil. Na primeira lição o apontamento inicial, que