Determinismo

ANTROPOLOGIA Texto: Determinismo biológico e determinismo geográfico
O que quer dizer determinismo? Segundo o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, determinismo quer dizer uma conexão rigorosa entre fenômenos (naturais ou humanos), de modo que cada um deles é completamente condicionado pelos que o precedem. Determinismo biológico seria considerar que traços biológicos – tipo raça – capacidades específicas inatas, garantiriam um certo padrão de comportamento distinto para povos distintos, haveria uma conexão rigorosa entre a biologia e o comportamento humano, ou seja, as tradições e os costumes teriam razões biológicas ou genéticas marcantes, como exemplos, poderíamos citar: os judeus, como hábeis negociantes ...; os ciganos, como nômades por instinto; os baianos, como preguiçosos ..., os portugueses, como trabalhadores e pouco inteligentes etc. Tal visão tende a estigmatizar populações, classificá-las e rotulá-las. No determinismo biológico busca-se um substrato genético para explicar diferenças sociais e culturais. A resposta do determinismo biológico, paradoxalmente, nega o próprio preceito da unidade biológica da espécie humana, reforçando um pressuposto que limita certas habilidades ou qualidades inatas a certos tipos raciais estereotipados. A antropologia moderna se opõe a esse determinismo. Um exemplo pode ser bastante ilustrativo. Se uma criança nascida em uma tribo do alto Xingu for retirada do seu grupo, logo após o seu nascimento, e for transportada para viver em uma família de classe média na zona sul carioca, ela crescerá como tal e não se diferenciará, em nada, de seus irmãos de criação, tendo as mesmas oportunidades de educação e socialização. Não é preciso frisar que em termos de sua carga genética e tipo físico, ela manterá sua identidade como o grupo de origem. Para a antropologia, diferenças hereditárias não ditam e não determinam comportamentos e valores. Ela se mantém em uma posição extremamente crítica em relação à versão