Determinismos

Determinismos: biológico e geográfico De forma geral, a cultura pode ser compreendida como um fenômeno que englobaria os modos comuns e aprendidos da vida e transmitidos em razão do convívio social. Contudo, ao se verificar qual o motivo de tanta diversidade cultural, por vezes se defenderam duas perspectivas icônicas: o determinismo biológico e o determinismo geográfico. O determinismo biológico sustenta a ideia da transmissão genética de comportamentos sociais. Segundo essa perspectiva, algumas populações seriam dotadas de uma superioridade, que seria produto da “pureza” delas. Isso restringiria a classificação da cultura a um caráter puramente biológico, atrelado à noção de raça, contrariando a perspectiva extrassomática que mencionamos anteriormente, uma vez que relaciona a cultura a fatores corporais, como a herança genética. Contudo, a cultura não deve ser entendida como um conjunto de fenótipos que elencam as características físicas de um povo, tampouco como produto de uma causa fixa como fatores genéticos estritos. Não seria possível relacioná-la a certa disposição de ácidos em nosso DNA, determinantes para patologias, tais como o mal de Alzheimer ou a síndrome de Down. Além do mais, segundo estudos realizados com os diferentes povos, não existiriam raças humanas totalmente puras, o que torna a ideia da transmissão de características sociais por hereditariedade ainda mais absurda. Não tratamos, nesse caso, de raças de animais com as quais fazemos seleções genéticas, escolhendo para reprodução os indivíduos que apresentam o maior número de traços característicos daquela raça, como cavalos ou bois. Portanto, para a antropologia, características consideradas como sociais, tais como o caráter, a frieza, a propensão à liderança e a afabilidade (comportamentos característicos da humanidade) seriam do processo de aprendizagem do homem em seu convívio social; ou seja, cultura faz parte de uma série de aprendizados significativos apreendidos pelo homem