Desenvolvimento Motor
Em desenvolvimento motor têm-se, basicamente, dois processos fundamentais: aumento de diversidade e de complexidade do comportamento (CHOSHI, 1983). O primeiro refere-se ao aumento na quantidade de elementos do comportamento e o segundo ao aumento da interação entre os elementos do comportamento. Por exemplo, a criança adquire o andar, e com base nesse padrão de movimento desenvolve o andar diversificado, variando-o quanto aos parâmetros força, velocidade e direção. Em seguida, com base no andar diversificado, desenvolve o correr e, pelo mesmo processo, o correr diversificado, e assim sucessivamente. Oportuno ressaltar que o conceito de complexidade aplicado ao desenvolvimento motor não deve ser confundido com o conceito de complexidade proposto por NAYLOR e BRIGGS (1963) para analisar as habilidades motoras. O aumento de diversidade do comportamento resulta na ampliação do repertório motor na horizontalidade. Posteriormente, elementos do comportamento como andar, correr, saltar e arremessar interagem entre si para formar estruturas cada vez mais complexas de movimento, resultando na ampliação do repertório motor na verticalidade. Por exemplo, o elemento correr interage com o elemento quicar uma bola dando origem a uma estrutura mais complexa denominada de driblar. De fato, ao longo da infância, uma grande variedade de combinações pode e deve ser estruturada, com ganho crescente em complexidade (TANI, 1987; TANI et al., 1988). Expresso de outra forma, o desenvolvimento motor da criança até aproximadamente seis a sete anos de idade se caracteriza, essencialmente, pela aquisição, estabilização e diversificação de habilidades básicas, também denominadas de padrões fundamentais de movimento. É nesse período que essas habilidades podem alcançar um padrão motor próximo ao padrão maduro observado nos adultos. Essas habilidades básicas formam o alicerce para a aprendizagem posterior de tarefas