Desenvolvimento Humano, análise sistêmica
“O início do novo milênio tem se caracterizado por um período de transição, com rupturas em estruturas sociais, flutuações em níveis de recursos econômicos, afloramento de tecnologias genéticas, imigração global, acesso rápido a informações, relacionamento virtual, emergência de questões ecológica como a degradação e preservação ambiental, entre outros fenômenos. Esses fatos têm gerado crises e inconstância sem precedentes históricos.” (Giddens, 2000; Shanahan et al., 2000; Stern, 2000).
Paralelamente, na prática científica, observamos que o momento é de rupturas paradigmáticas, em que se torna cada vez mais importante a inclusão da análise contextual na compreensão e explicação dos fenômenos.
Mesmo que se dê a alguns autores do final do século XIX e início do século XX a iniciativa quanto ao estudo de questões relacionadas à Psicologia do Desenvolvimento, alguns filósofos como Descartes (1596 – 1650) e Locke (1632 – 1704) já influenciavam na maneira de explicar o desenvolvimento humano, a partir de suas concepções a respeito de como se adquiria o conhecimento. Seja pela perspectiva racionalista de Descartes e sua Doutrina das ideias inatas resgatando, inclusive, as ideias de Platão e o dualismo mente-corpo. Seja pelo empirismo de John Locke, rejeitando a proposta de Descartes e defendendo a posição séculos antes defendida por Aristóteles que, com a teoria da tábula rasa, explicava que a mente adquire conhecimento por meio da experiência.
Desse ponto surgem algumas questões no modo de explicar o desenvolvimento. Uma delas diz respeito à importância da hereditariedade e o ambiente. Quanto, por exemplo, dos traços e características do sujeito foi herdado (inato) e quanto parte da experiência e influências do ambiente em que este sujeito está inserido. Muito embora ainda haja considerável discussão acerca disso, teóricos contemporâneos estão mais interessados em explicar como esses fatores interagem e funcionam juntos.