Desenvolvimento do TCC

História natural da doença

A endometriose é uma das condições ginecológicas que mais afeta as mulheres em idade reprodutiva, trata-se de uma afecção crônica de caráter benigno, de natureza progressiva, caracterizada pela migração e crescimento de tecido endometrial funcional ectópico e/ou estroma localizado fora da cavidade uterina, mais comum nos ovários, na superfície peritoneal e septo retovaginal, induzindo uma reação crônica e inflamatória. (FAGUNDES, 2012; MOURA, 1999). Em 1860 a endometriose foi observada pela primeira vez por Von Rokitansky, em material de necrópsia. Posteriormente, Sampson 1927 elucidou a endometriose como um achado de tecido com aspectos histológicos e funcionais que se assemelham ao endométrio tópico, em outros locais. (MACHADO, 2001). A etiopatogenia ainda permanece desconhecida, mas há evidências que apontam que a combinação de fatores genéticos, hormonais e imunológicos pode colaborar para a formação e o desenvolvimento dos focos da endometriose. (NÁCUL, 2010).
Para explicar o desenvolvimento da endometriose, há uma teoria originalmente proposta por Sampson, em 1920 que é a teoria da implantação. Segundo este autor, supõe que a endometriose é causada pela implantação de células endometriais ocorrendo o refluxo tubário do fluido menstrual durante a menstruação, ocorrendo posteriormente implantação e crescimento no peritônio e ovário. Os implantes ocorreriam pela influência de um ambiente hormonal favorável e de fatores imunológicos que eliminariam essas células do local impróprio. (CARAÇA, 2011).
A partir da teoria de Sampson sobre a menstruação retrógrada, que é um fenômeno fisiológico, outras teorias foram propostas como a da metaplasia celômica (transformação do epitélio celômico desenvolvendo tecido endometrial). Essa teoria propõe que as lesões de endometriose podem originar-se diretamente mediante a um processo de diferenciação metaplásica induzida por ativação de um alelo oncogênico. (ABRÃO, 2007; CARAÇA, 2011).
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