Desenvolvimento, desigualdade e relações internacionais
Capitulo 2: “Pobreza, Desigualdade e Desenvolvimento”
Autores: HALL, A.; MIDGLEY, J.
O texto começa em uma tentativa de definir o que é pobreza e a sua mensuração. Os primeiros estudos quantitativos de pobreza, que foram baseados em dados do censo, emergiram em meados do século XIX. Estes estudos usaram relatórios do censo para estimar a prevalência da pobreza, mas eles se baseavam em pesquisas domésticas que utilizavam entrevistas diretas para obter informações mais detalhadas sobre renda, despesa, condições de habitação, tamanho familiar e outros fatores relevantes.
A definição de pobreza está muito ligada a propostas políticas para a sua erradicação, que são, por sua vez, enraizadas em crenças e valores.
Definições de pobreza baseada na renda refletem a idéia de que os seres humanos requerem um nível mínimo de consumo de comida, água, abrigo e vestimentas para sobreviver. Ao definir essas necessidades básicas, e ligá-las a preços, é possível construir uma linha absoluta da pobreza que pode, então, ser usada em pesquisas sociais para determinar quantas pessoas tem renda que está abaixo desta linha.
Contudo, o uso das linhas de pobreza baseadas no mínimo absoluto de sobrevivência tem sido amplamente criticado. Uma dificuldade é que as linhas da pobreza são muito escassas e, portanto, não realistas. Até mesmo Rowntree, um dos remodeladores da linha, destacou que sua linha não era realista, porque as pessoas não poderiam sobreviver com os padrões que ele mesmo estabeleceu. Outro problema é que esse critério gera certo grau de complacência. Outra critica dizia que a pobreza em sociedades afluentes, como a inglesa, não deve ser definida em termos de mínimo absoluto de sobrevivência, mas em termos de critérios relativos baseados nas expectativas sociais e no padrão de vida de que a maioria das pessoas goza.
Esperava-se que os indicadores sociais fornecessem mais informações sobre o