Desejo e Fantasia
O desejo é abordado como uma das aspirações do homem e sua relação com o consumo, relações afetivas, religiosas. Ele, às vezes, passa a ser uma necessidade por uma aspiração.
A fantasia é um processo psicológico em que o indivíduo idealiza uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser satisfeito na realidade. Exemplo: uma criança que sofre bullying e não tem nenhum amigo, acaba idealizando uma criança que será seu amigo e que só ela vê, ouve e sente a presença dele. Fantasias são os sonhos diurnos ou fantasias conscientes, as fantasias inconscientes que são decorrentes de algum recalque e as chamadas fantasias originárias. Fantasiar pode ajudar em certos conflitos psicológicos, mas não "resolve" o conflito. Certas pessoas podem passar a vida inteira fantasiando, mas, quando caem na realidade, o conflito retorna.
No mecanismo de defesa das fantasias, o indivíduo cria uma situação em sua mente que é capaz de eliminar o desprazer iminente, mas que, na realidade, é impossível de se concretizar. É uma espécie de teatro mental onde o indivíduo protagoniza uma história diferente daquela que vive na realidade, onde seus desejos não podem ser satisfeitos. Nessa realidade criada, o desejo é satisfeito e a ansiedade diminuída.
O desejo é sempre sustentado pela fantasia. Se o desejo é em sua essência, da ordem da falta, a fantasia é a estrutura que o enquadra, emoldura essa falta com certo limite, numa janela para o real. Há uma falta, diz o desejo. É isso que falta, diz a fantasia.