Descritivo
A chegada da Família Real e as transformações experimentadas no Brasil.
Quando observamos a situação da colônia brasileira no século XVIII, notamos a presença de várias rebeliões que questionaram ou defenderam a extinção do pacto colonial. Contudo, apesar das insatisfações, percebemos que o nosso processo de independência aconteceu pela influência de fatores ligados às relações políticas dos países europeus e o desenvolvimento do capitalismo industrial.
No começo do século XIX, a França passava por um processo revolucionário francamente combatido pelas demais monarquias da Europa. Além disso, o governo francês, então liderado por Napoleão Bonaparte, enfrentava sérias dificuldades econômicas que impediam a imposição do novo governo. Nesse contexto, a Inglaterra era a principal adversária da França Revolucionária, seja em âmbito político ou econômico.
Para superar as dificuldades vividas, Napoleão decidiu proibir que qualquer nação do continente europeu realizasse comércio com os britânicos. Com isso, enfraqueceria seus rivais e poderia conquistar novos mercados. No entanto, várias nações da Europa dependiam enormemente da indústria inglesa e não poderiam simplesmente esperar que os franceses assumissem o papel econômico britânico da noite para o dia.
Em pouco tempo, alguns países descumpriram a exigência de Napoleão e este, por sua vez, invadiu vários países da Europa. Integrando esse grupo de insurretos, o governo português temia que Napoleão dominasse em um só tempo o território lusitano e suas ricas possessões coloniais. Dessa forma, o príncipe regente Dom João VI realizou a inusitada transferência da família real para o Brasil com auxílio das tropas britânicas.
Mais do que uma simples mudança, tal fato promoveu profundas transformações no cenário político e econômico brasileiro. Respondendo à prontidão da ajuda dos ingleses, D. João VI estabeleceu a liberdade de comércio dos portos brasileiros com as embarcações de qualquer parte do mundo.