descritivo descritivo
DémarcheVidaliana no livro “Princípios de geografia humana”
Guilherme de Oliveira Queiroz1∗
Resumo
O presente trabalho apresenta, de forma concisa, uma análise da démarche na obra de Paul Vidal de La Blache a fim de desfazer más interpretações deste que é considerado o fundador da Geografia Humana, cujo pensamento encontra-se, em muitos aspectos, distante de outros teóricos modernistas da época. Portanto, discute-se aqui, a concepção vidaliana de relação homem-meio e a reconstituição de uma história de longa duração como método explicativo do presente e seus respectivos gêneros de vida atuais.
Palavras-chave: Paul Vidal de La Blache. Geografia humana. Relação homemmeio. História. Gêneros de vida.
Introdução Como se formaram as sociedades tal como as conhecemos hoje? Onde ela se inspirou e quem as inspirou? Onde na história devemos buscar explicações para tentarmos entender, ao menos um pouco, a configuração atual da humanidade? Será que o Geógrafo poderá fazê-lo? Talvez a escola francesa de geografia e, em especial, seu fundador, possuidor de um pensamento vanguardista, possa nos ajudar. Vidal de La Blache (1845 – 1918), um historiador de formação, fundador da escola supracitada, em seu livro postumamente publicado pelo genro Emmanuel De Martonne em 1921, discute a relação do homem com o meio, a influência deste sobre aquele, sem, contudo, determiná-lo, sua distribuição nos primórdios, modificando a natureza pelas técnicas que são desenvolvidas no tempo e que são “propostas” pelo ambiente. Nota-se o esforço de Vidal em buscar não nas crônicas dos acontecimentos, na história breve dos fatos sociais, mas, sobretudo, na história de longa duração, o verdadeiro processo formador das mentalidades, essas que foram desenvolvidas a partir dos genres de vie ao longo dos milhares de anos, ou seja, analisa as permanências do processo em detrimento das mudanças ocorridas pelos fatos isolados.
Eis o