Descartes

1462 palavras 6 páginas
René Descartes

Contexto Ciência nova: incialmente aplicada no século XVI, esta será a ciência no sentido moderno. Baseia-se em dois modelos: o empírico e o matemático ou dedutivo. Desvia as suas atenções das autoridades intelectuais da época para se concentrar no “mundo como realmente é”; a natureza será assim a sua única força autoritária. Para esta ciência, a realidade não é semelhante à realidade da nossa experiência. Esta encara a realidade como determinada e quantitativa, pelo que as nossas experiências subjectivas e qualitativas são descritas pelos filósofos como aparência. Neste ponto se faz também a distinção entre qualidades primárias (realidade) e qualidades secundárias (aparência). Esta não se trata (ao jeito da antiguidade), no entanto, de uma distinção entre o real e o ilusório, baseando-se inversamente em três factores: 1. As propriedades reais dos objectos são diferentes daquelas que conhecemos empiricamente; 2. Muitas das propriedades aparentes das coisas não o são enquanto propriedades objectivas na realidade; 3. O mundo tem muitas propriedades que estão para além do acesso da nossa experiência.
Num corte forte com a cultura escolástica, a ciência nova expulsa Deus do sistema natural, faz a constatação da infinitude e homogeneidade do Universo e corta com a concepção aristotélica de inércia ou repouso – o mundo é um sistema em constante pulsão e movimento.

Objectivo e metodologia Descartes pretendia acima de tudo fundamentar a sua visão da ciência, que seria capaz de substituir a estéril e ultrapassada ciência escolástica. O francês defende um “todo científico”, no sentido em que todas as ciências possuem a mesma finalidade – a sabedoria. Assim, o seu objectivo passa pelo estabelecimento de uma metodologia global. Esta tem como pólos as ideias da análise e da matemática. Para conhecer o todo de um fenómeno, será necessário dividi-lo nos seus elementos mais simples. É necessária ainda a obtenção de uma certeza, de modo que toda a dúvida deve

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