Descartes

Introdução:
Nosso trabalho abordara a importância do filósofo francês René Descartes (1596-1650), para o pensamento ocidental ao retomar na sua filosofia o principal tema da filosofia de Sócrates, a busca pela verdade através do uso da razão. Nossa abordagem é histórica, portanto, limitamo-nos em demonstrar o contexto em que Descartes elaborou as suas ideias e como elas influenciaram o pensamento ocidental historicamente. A análise profunda de suas ideias não é nosso objetivo, dado a extensa obra de filósofos que tratam delas.
Entendemos a importância do trabalho, através da passagem de Mervin Perry:
"Descartes foi considerado o fundador da filosofia moderna por ter incentivado os indivíduos a questionarem e, se necessário, destronarem todas as crenças tradicionais e por ter proclamado a inviolável autonomia e importância da mente, sua habilidade e direito de compreender a verdade. Suas declarações sobre o poder da mente conscientizaram as pessoas de sua capacidade de entender o mundo mediante suas próprias faculdades mentais'. (PERRY, p. 293, 2002)
Acreditamos que se buscarmos as raízes das ideias de Descartes vamos encontrá-las já em Sócrates, filósofo ateniense do período clássico, e que através dos escritos de Platão seu discípulo é que nos chegou as suas ideias, entre elas as que relacionamos com Descartes, de que a tarefa primeira do ser pensante deve ser conhecer a si mesmo e que a sabedoria começa ao se reconhecer não se saber nada e, portanto, reconhecer a necessidade de construir o conhecimento sobre si mesmo e sobre o mundo. A máxima, mais conhecida de Descartes, "Penso, logo existo" (cogito ergo sum), busca sintetizar a necessidade do conhecimento, pois é através do pensamento que nos afirmamos como seres humanos, e é parte da busca do autoconhecimento proposta por Sócrates. Encontramos em Roger Scruton, também, a associação entre o pensamento socrático e o de Descartes:
"O cogito de Descartes atende a várias necessidades. Em primeiro