Descartes

Descartes inicia seu texto ressaltando a vantagem e superioridade das obras efetuadas individualmente, frente àquelas com contribuição de diversas pessoas. Entretanto, ele afirma que não se deve, nem se é possível, destruir completamente o que já foi feito por várias pessoas para ser reconstruído por um indivíduo só. E é a partir disso que ele tem como intenção reformar seus próprios pensamentos, construídos em conjunto com seus apetites e preceptores, ao longo de seu desenvolvimento. René opta por se auto conduzir neste trajeto, não podendo classificar a opinião de quaisquer pessoas superiores às de outras. Apesar de não querer rejeitar nenhuma opinião a que já confiou, Descartes opta por duvidar de todas elas, examinando sua veracidade.
Ao invés de se utilizar de todos os preceitos já conhecidos por ele quando estudou Filosofia, lógica e as matemáticas, René opta por se basear em apenas quatro deles sugeridos pela lógica. O primeiro deles induz a absorção de ideias como verdadeiras apenas se essas já forem, de fato, conhecidas. O segundo consiste na separação de cada uma das dificuldades, facilitando seu entendimento a partir da análise de cada parcela separadamente. O terceiro sugere uma condução ordenada dos pensamentos, partindo dos mais simples e atingindo os mais complexos. Finalmente, o quarto preceito consiste na revisão de todas as partes, a fim de completar as ideias, não omitindo nada. Descartes afirma, ainda, que todas as coisas que seguem tal ordem de análise são passíveis de serem conhecidas pelos homens, desde que seja respeitada a dúvida por sua veracidade. Ele conclui alegando que, como não submeteu o método a nenhuma matéria particular, apenas baseando-o na lógica, ele é aplicável a quaisquer dificuldades de outra ciências, facilitando a resolução de questões antes consideradas extremamente complexas.