Descartes e o ensino matemático
Vera Lúcia Maria Luciano Vilela1, Marcos Corrêa da Silva Loureiro2
1Professora do Curso de Pedagogia e Diretora de Extensão, Assuntos Comunitários, Estudantis e Culturais da UNIFIMES, Rua 22 s/n Setor Aeroporto, CEP 75 830-000, Mineiros, Goiás, ²Marcos Corrêa da Silva Loureiro, Professor Aposentado da Faculdade de Educação da UFG, Rua 217, 930, ap. 502, Setor Leste Universitário, Goiânia, 74 603-090, Goiânia, Goiás.
INTRODUÇÃO
Este texto tem por objetivo apresentar alguns aspectos que dizem respeito a Descartes (1596 a 1650), por vezes chamado o Fundador da Filosofia e o Pai da Matemática Moderna, considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da história humana. Inspirou seus contemporâneos e gerações de filósofos, tendo, na opinião de alguns comentadores, dado início à formação do Racionalismo continental (supostamente em oposição à escola que predominava nas ilhas britânicas, o Empirismo), posição filosófica vigente nos séculos XVII e XVIII na Europa. A intenção principal é identificar o impacto, no campo científico, da substituição da autoridade da tradição pela autoridade da experimentação e demonstração. A secundária é relacionar algumas de suas trajetórias pessoais, que marcaram o que se chama Revolução Científica e Conhecimento Matemático, que se fizeram em dois níveis principais: o das grandes correntes intelectuais e o da inventividade individual ou coletiva. O primeiro nível diz respeito à mudança no clima de opinião que ocorreu nos círculos eruditos europeus na época Moderna, no qual o aristotelismo escolástico perdeu espaço para explicações acerca da natureza não mais baseados na religião, mas no conhecimento. De acordo com fatos históricos, a compreensão das mudanças intelectuais ocorridas durante a Idade Moderna está relacionada ao estudo da apropriação que alguns indivíduos fizeram a partir de suas teorias, quer sejam no campo político, no filosófico ou no teológico.