Introdução à Teoria das Relações Internacionais

A análise das relações internacionais passou a ter sua importância reconhecida no início do século XX. Até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, o estudo das relações internacionais estivera a cargo de diplomatas, historiadores e juristas. Através da intervenção do presidente Woodrow Wilson, foi apresentado o documento "Quatorze Pontos de Wilson", apresentando novos rumos para as relações entre os Estados (entre eles, o mais conhecido foi a criação da Liga das Nações e dentro dela, um sistema de segurança coletiva, de modo que uma coalizão de países pudesse agir para manter a paz mundial).
Com um rastro de devastação sem precedentes, a situação mudou: os líderes das potências vencedoras foram fortemente pressionadas para punir os responsáveis pela guerra e tomar as providências a fim de que outra guerra não voltasse a acontecer. Notáveis esforços passaram a ser realizados no sentido de fazer, das Relações Internacionais, um campo de estudo específico e autônomo. Tais esforços se concentraram em trazer precisão, para que se pudesse conhecer os limites da realidade das relações internacionais, juntamente com análises integradas, que sairiam das análises parciais de outros meios, como Economia Internacional, História Diplomática, dentre outras.
É cada vez maior o reconhecimento que as relações internacionais são extremamente complexas e abrangentes. Porém, o grande desafio enfrentado pelas relações internacionais é o de assumir sua indispensável multidisciplinaridade. No entanto, esse desafio tem sido enfrentado e vencido pelo acadêmicos do mundo anglo-saxão, exclusivamente.
As razões para tal exclusividade são amplamente conhecidas e podem ser decompostas em três ordens: econômicas, acadêmicas e de poder.
Econômicas porque a Inglaterra e os Estados Unidos jamais pouparam recursos para apoiar a pesquisa e o ensino das Relações Internacionais.
Acadêmicas pois ambos os Estados, apesar de suas diferenças acadêmicas, assumiram o desafio de definir o objeto específico