Descartes primeira meditação

DESCARTES POR DESCARTES NA PRIMEIRA MEDITAÇÃO
Descartes recebeu uma formação impregnada do espírito religioso. Sua educação se deu em La Flèche, um famoso colégio jesuíta, em 1606, no início do reinado de Luís XIII. Em regime de internato, por nove anos se iniciou nos estudos, os últimos três, voltados para a sua formação filosófica. ( Cf. Decartes. Das Paixões à moral. 2013).
A existência de Deus e da alma foram os principais temas que levaram Descartes à escrita da obra Meditações, escritos que aparecem em 1641. O filósofo nos diz que esses temas são seus principais e que devem ser demonstrados pela filosofia mais do que pela teologia. Descartes intenciona provar [...] “essas duas coisas pela razão natural” (DESCARTES, 1979, P.75). Razão natural professada e trabalhada no ambiente da Filosofia.
Não pareceria possível convencer os infiéis simplesmente pelas razões da fé, comenta em carta dirigida aos Senhores Deãos e Doutores da faculdade de Teologia de Paris. (Cf. DESCARTES.1979.P75).
Através de um metódico discurso, observado no transcorrer da leitura das meditações, nosso autor nos assegura que o tema da existência de Deus, um tema metafísico, pode ser comprovado pela razão. E é através dessa razão filosófica que Descartes, despido das certezas até então obtidas através de sua educação, nos aproximará de um componente epistemológico inovador para o seu tempo: a dúvida como argumento.
Visando o fazer da ciência de sua época que se encaminhava cada vez mais para um discurso fundamentado, o autor se propõe, como atitude coerente àquele que pretende o fazer dessa ciência nascente, colocar tudo em dúvida e caminhar no sentido de uma investigação precisa e metódica dos temas de Deus e da alma.

O ISOLAMENTO COMO MÉTODO EPISTEMOLÓGICO
Descartes deixou maturar-se pelo tempo, comentava nesse sentido, buscando assim atingir uma idade adequada para realizar o que considerava como grande empresa: estabelecer um novo fundamento que fosse firme e constante no